Marcas de moda que apoiam pessoas em situação de cárcere.
Fazer da moda uma indústria com cada vez mais impacto social positivo pode vir de lugares que não imaginamos, né? Muitas marcas brasileiras estão pensando em formas de contribuir com a ressocialização de pessoas que estão ou estiveram em situação de cárcere.
Sabemos que no Brasil e em muitos outros países, o encarceramento em massa é um grande problema social que reflete desigualdades de gênero e raça. Segundo o projeto Pano Social, apenas em São Paulo, cerca de 1.200 pessoas saem do sistema prisional por mês, e menos de 10% delas conseguem se reinserir no mercado de trabalho. Esse número fala do gênero masculino, porque se formos para o gênero feminino esse número é muuuito menor!
Por isso, promover oportunidades para essas pessoas é contribuir positivamente com a sociedade. Vale lembrar a importância de humanizar esse trabalho, e claro, não explorar uma mão de obra mais vulnerável e barata. O processo de capacitação e remuneração precisa ser feito da mesma forma que seria feito com pessoas em liberdade: com respeito e ética.
Então, conheça as marcas, além da Pano Social citada acima, que estão trabalhando assim e gerando emprego para a população encarcerada e para ex detentos:
• Joaquina Brasil: A marca trabalha em parceria com a ONG Responsa, que busca reinserir mulheres e homens que saíram do cárcere no mercado de trabalho. Já são 7 mulheres que deixaram a prisão e foram contratadas, e agora a marca investe também em capacitar mulheres que ainda estão encarceradas no presídio do Butantã em SP.
• Libertees: A marca oferece capacitação e trabalho remunerado para mulheres da Penitenciária Feminina Estevão Pinto. Hoje, são 8 mulheres empregadas na confecção dentro da unidade prisional, 1 funcionária ativa na área administrativa que já concluiu sua pena, e 4 mulheres encaminhadas para trabalho em fábricas após ganharem liberdade.
• Doiselles: A marca idealizada pela mineira Raquell Guimarães leva o tricô como atividade de ressocialização e capacitação de homens encarcerados no presídio de Ribeirão das Neves, em BH.
• Egosss: A marca emprega mulheres que estão em detenção no presídio de Santana, em São Paulo. Além do salário, essas mulheres tem a possibilidade de terem suas penas reduzidas em 1 dia para cada 3 dias de trabalho, acelerando sua reintegração na sociedade. Hoje, 80% de toda a confecção da marca é feita por elas.
• Ponto Firme: O Projeto Ponto Firme, idealizado por Gustavo Silvestre, leva formação técnica em crochê para homens que estão em detenção dentro de penitenciárias. Aquele exemplo que usa a moda como ferramenta de transformação social que o mundo precisa!!